Sobre Querer e Torcer!

     Eu sempre quis ter alguém. Sempre quis um companheiro pra rir comigo, curtir as coisas que gostamos juntos, viajar e viver feliz.
      Namorei pela primeira vez muito nova e, talvez, pela imaturidade dos dois, acabou não dando mais certo depois de quase um ano juntos. Um tempo depois, comecei um namoro que duraria 3 anos e, entre idas e vindas e muita enrolação, mais 3!
     Depois disso nunca mais namorei. Um pouco de trauma, talvez. Bastante medo, com certeza! De lá pra cá, conheci algumas pessoas, mas nenhuma delas fluiu de forma natural e os contatos cessaram.
     Nesse tempo, por diversas vezes, sentia uma solidão sem tamanho, uma vontade muito grande de ter alguém. Vi todo mundo ao meu redor se envolver com alguém e estar muito feliz. Desejei muito ter alguém. Por muitas vezes, achava que era bobeira minha, drama, que eu estava errada em sentir isso. Parecia que era só comigo. Parecia que as coisas só não aconteciam pra mim. Me sentia tão errada, tão culpada e tão mal por colocar tanto foco nisso e não lembro o que era pior: a tristeza pela solidão ou pela culpa... Com o tempo, meu coração foi sendo acalentado, tranquilizado. Como citei no meu último texto desse amado bloguinho, fui aprendendo a me amar e conviver bem comigo. A solidão foi resolvida? Não, ainda quero ser par! Só não tá doendo tanto mais...
     De uns meses pra cá e com certa frequência, esse assunto tem sido discutido nas conversas com amigas e tenho percebido que esses pensamentos não são só meus: tanto o desejo quanto a solidão, a vontade e a ansiedade estão com todos. Nossa geração é uma geração solitária. Aprendemos muito sozinhos, vivemos muito solitários e a necessidade de partilhar a vida com alguém foi ficando em segundo plano e, quando apareceu, veio com tudo! Até por viver tão sozinhos, a gente não fala sobre isso, não compartilha esse turbilhão de emoções que passa por esse vasto universo que nós somos! 
     Essa solidão vai bater? Vai! Tem dia que vai doer? Certeza! E tá tudo bem! Nesses dias, a gente busca formas de se sentir bem: papear com um amigo, um filme e uma pipoca, um café ou um vinho... Até que um dia, tudo isso vai ser feito com alguém. Alguém que não vai vir pra completar, vai chegar e vocês vão compartilhar o que vocês são e formar algo novo e lindo!
     Tô aqui, torcendo por nós!





Viajando

      Acabei de iniciar uma viagem. Sozinha. Mais uma de muitas viagens sozinhas que eu já fiz. Dessa vez vou assistir a um show e encontrar amigos no Rio de Janeiro.
     Aprender a viajar sozinha e curtir minha própria companhia foi um longo processo, tão rico e encantador que eu preciso falar sobre ele.
Em um momento da minha vida, eu, bastante cansada e esgotada, depois de um término de relacionamento dificil, precisava me distrair, descansar a cabeça. Uma forma deliciosa de fazer isso? Viajar, claro! Chamei diversos amigos, propus diversos destinos, e mesmo assim, ninguém podia ir comigo.
Me desafiei: vou fazer isso sozinha! Muito curiosa, pesquisei hotéis, roteiros, rotas e informações importantes. Programei tudo e fui. Passei alguns dias numa cidade litorânea, sem conversar muito com outras pessoas, sentada na areia, olhando o mar e pensando na vida. Que experiência maravilhosa!
     Essa foi a primeira de tantas viagens que eu me desafiei a fazer sozinha. Viajei pra ir a shows, eventos, viajei pra correr e pra me encontrar com amigos. Depois dela, eu comecei um longo processo de autoconhecimento. Depois dessa viagem, comecei a observar e dar mais atenção ao que me fazia bem, ao era importante pra mim. Percebi que, antes de qualquer pessoa, eu preciso estar bem! Antes de querer uma companhia pra viajar, um parceiro de vida, um amigo pra papear, eu preciso estar bem, plena e feliz comigo mesma. Estando feliz, eu demonstro isso através do meu sorriso, das palavras, das atitudes. Estando feliz, eu posso fazer alguém feliz, fazer bem! 
     Eu queria companhia pra uma viagem e descobri uma companhia pra vida.